Este é o Blog oficial da HIDE HIGH® – English for Life! We teach at a high level since 1998.
RSS icon Email icon Home icon
  • TRADUÇÃO? NÃO, muito obrigado!

    Posted on abril 25th, 2011 hidehigh No comments

    “Happy is he who transfers what he knows and learns what he teaches.”

    “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina” do poema Exaltação de Aninha (O Professor) de Cora Coralina que foi poetisa e contista brasileira.
    Segundo consta, Cora Coralina estudou apenas até o 4º ano do ensino fundamental e mesmo assim demonstra imensa sabedoria em seus versos e contos, indício nítido de que conhecimento formal não é sinônimo de sabedoria.
    Mas estamos aqui para falar do por que não traduzir, ou a razão que a tradução não fomenta o desenvolvimento da fluência.
    Vamos raciocinando juntos.
    O que é uma língua?
    Antes de continuar a ler, pense! Ache seu próprio conceito.
    Muito provavelmente você deve ter pensando em: “código”, “jeito de se comunicar”, “instrumento de comunicação”, algo neste sentido. Muito bem.
    É correta a referência que temos de língua como algo que viabiliza a comunicação, mas não é correto defini-la simplesmente assim. Alias, definir é algo complexo vez que a definição limita quando conceitua: é ou não é, sim ou não etc… Como definir, limitar algo em constante mutação? Sim! É isso mesmo a língua muda, está em constante evolução, se adapta aos tempos, aos costumes as novas tecnologias… Quer uma prova? Um exemplo? As gírias. Elas são nítido exemplo disso. Outro exemplo: Um dos termos que mais sofreu mudança através dos tempos foi “você” que a principio era utilizado como pronome de tratamento “vossa mercê”. Com o passar do tempo, devido às influencias de outras culturas, “vossa mercê” foi transformada em “vós micê” e “vossuncê” ate chegar em “você”; se seguir neste ritmo logo será apenas e tão somente “cê”. Essas mudanças ocorreram não por normas gramaticais, mas pelo uso e costumes.
    O importante é perceber que uma língua é muito mais do que um amontoado de palavras e não se tem fluência ou proficiência numa língua por simplesmente ter-se um numero tal de palavras conhecidas.
    O modelo lingüístico mais aceito até hoje é o da Teoria Estruturalista, a qual se baseia no conceito de estrutura, que é um todo composto por partes que se inter-relacionam. Assim, o todo é maior do que a simples soma das partes. O que significa que os sistemas organizacionais não são a mera justaposição das partes. Complicou? Explicamos esta, que é a teoria que seguimos: Acreditamos que as línguas naturais são sistemas. E dentro destes sistemas os elementos de uma rede de signos se relacionam e edificam uma estrutura diversa.
    Ou seja, Português e Inglês são línguas diferentes, sistemas diferentes.
    Por fora aparentam serem iguais, mas por dentro são bem diferentes. Explico.
    Como línguas ambas funcionam de forma semelhante em suas sub-rotinas, o que acontece dentro delas. Todavia, cada uma tem suas próprias sub-rotinas.
    LINGUA 1
    LINGUA 2
    L1                    vs.                    L2
    Desta forma quando procuramos traduzir de uma língua para outra na hora de falar ou escrever fatalmente erramos. Ao invés de significar o que pretendíamos passar para a outra pessoa em essência, erroneamente ao traduzir apenas pegamos as palavras ou signos que no idioma original passariam aquela essência como se isso fosse suficiente para no outro idioma significar a mesma coisa. Não se leva em conta o sistema e nem o que ele aceitaria ou não como gramaticalmente correto. (por isso há quem defenda a tese de que a gramática nada mais é do que a codificação do que temos no linguajar cotidiano e natural, ou seja, a gramática que acompanhe o falante nativo atualizando-se constantemente e não o contrário…)
    Imagine a dialogo:
    - Oi João, tudo jóia?
    - Ola Pedro, vou indo e você?
    Se traduzirmos
    - Hi Joao, all jewel?
    - Hello Pedro, I go going and you?
    Isto parece até piada não é mesmo? Por incrível que pareça, excetuando o exagero pedagógico/ilustrativo, é o que acontece ao traduzimos as frases já preparadas em nosso sistema para simplesmente usá-las traduzidas em outro sistema. No caso seria como falar Português em Inglês.
    Veja a agora:
    - Hi John, how old are you?
    -Hello Peter, I am 15 years old.
    Traduzindo…
    - Oi John, quão velho é você?
    - Ola Peter, eu sou 15 anos velho.
    O que lhe parece agora? Inglês em Português, certo? Curioso não é mesmo?
    Isso é usar o sistema de uma língua em outra língua… Ou seja, é o que lhe acontece ao traduzir. Note que “HOW”, na tradução literal, seca, pode ser como advérbio: como, quanto, quão, de que modo, de que maneira e até mesmo por que.
    Veja o que o “Google Translator” faz nestes exemplos:
    1- I have studied English for 12 years.
    2- I have been studying English for 12 years.
    1-     Estudei Inglês durante 12 anos.
    2-     Eu tenho estado estudando Inglês há 12 anos.
    Perceba que a interpretação não está correta, logo a tradução também está senão errada, no mínimo não exata ou imprecisa.
    No exemplo 1 uma versão correta poderia ser: “Eu estudo Inglês há 12 anos.” Afinal o original não se refere necessariamente a algo exclusivamente passado.
    No exemplo 2 a interpretação é praticamente inexistente e sobra apenas a tradução pobre em sentido, meramente literal. E como se pode perceber na língua portuguesa, em nosso sistema, não usamos a construção “tenho estado”… Ao menos não neste sentido e tampouco comumente.
    Mas você deve então estar pensando, e como faço? Ou, como faz um tradutor simultâneo?
    De forma simplista posso lhe dizer que ele entende a mensagem, o que ela objetiva significar no idioma em que ela é falada, e expressa esta mesma mensagem no novo idioma. Cada um com seu sistema.
    Segundo Angela Levy de 82 anos, pioneira em tradução simultânea no Brasil esclareceu em uma entrevista:
    - “Não é tradução simultânea, está errado! É interpretação simultânea.” E completa: “O tradutor escreve e o interprete fala.”
    Desta premissa fica fácil deduzir que se requer inflexão para que realmente seja corretamente interpretada a mensagem pelo receptor desta, seja ela escrita ou oral. E inflexão, para que fique claro é mudança de tom, de sentido, ou variação de desinência, a flexão imposta ou proposta ao radical da palavra ou até mesmo da frase.
    Relembramos que pensamento não tem língua. Ao externar o pensamento perceba que muito mais usamos a interpretação do sentido do que queremos dizer, seja ao falar ou escrever, do que a traduzimos…
    SIGNIFICAR
    Resumindo, só entende de verdade quem consegue interpretar o sentido e conteúdo (“true meaning”) e não quem traduz. E só se fará entender aquele que ao se expressar significar o sentido do conteúdo de sua mensagem no sistema do idioma que estiver utilizando. E para isso existem várias formas, para nós a mais indicada é VIVENCIAR este sistema, praticando o =
    ouvir ==> interpretar ==> treinar ==> utilizar.
    Bem é isso! Lembro que nossa intenção obviamente não foi abordar por completo assunto tão vasto e complexo. Pretendemos apenas direcionar os alunos a perceber que tradução e gramática não são ferramentas úteis em nosso método. Pelo contrário, elas agirão como inibidores de seu desenvolvimento. Ao utilizar-se da tradução você faz o mesmo que a pessoa que tem dores de cabeça constantes e toma analgésicos para tirar a dor e assim segue, cuidando apenas do efeito e não da causa, perpetuando a situação.
    Se desvincular da tradução requer forca de vontade, todavia é o caminho mais curto e eficiente (acredite!) para quem quer alcançar fluência.
    E depois de fluente, posso usar o dicionário para verificar uma palavra específica que precisaria usar, ou gostaria de saber? Como por exemplo, “submisso” ou “estetoscópio”?
    O que acham? Ainda que pudesse, seria realmente preciso? ;-)
    Vamos conversar mais sobre este assunto? Deixe seu comentário ou se preferir escreva para hidehigh@hidehigh.com.br , será um imenso prazer lhe responder!
    Have Nice classes!
    Tex.

    Leave a reply